segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ao longo da última estadia em Lisboa tenho vindo a elaborar uma teoria sobre os povos que vivem voltados para o mar, com vista sobre o infinito, sobre a imaginária linha do horizonte.
Os sintomas sinto-os directamente, diagnostico-me, e procuro arranjar pontos de fuga, que me levem de novo para o mundo, para uma vida a sério.
Ao contrário dos povos do interior, mais conformados pelos limites da paisagem, os habitantes da costa vivem são mais vulneráveis aos males infinitos da paisagem, os sintomas são a ansiedade, angústia e instabilidade, acentuada pela linha do horizonte, a imaginária linha do horizonte e que poderá existir para lá dela.
Lisboa e as suas sete colinas onde se empoleiram os miradouros que nos permitem horas de contemplação do mar e da poética do infinito exaltam os sintomas da instabilidade.
Os povos da costa vivem uma espécie de alucinação geográfica, em Portugal por exemplo, em tempos idos, a alucinação e fome de mundo originou um estrutura de descobertas que nos levou ao redor do mundo originando ainda uma obra poética, erudita e utópica que faz parte da história do país e do mundo.

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